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Wilson Guilherme, jornalista
Opinião: Edinho, rumo ao Tetra
26/09/2020 às 17:44
Ponto de vista
Em longevidade no poder local, Edinho só perde para Bolçone, que deve levantar a taça de Hexa, desta vez ungido pelas urnas
Com eleições de dois em dois anos, o pleito de agora tem a ver com 2018 e terá necessariamente com o de 2022. Interesses, articulações e parcerias se interligam a níveis municipal, estadual e nacional.
Portanto, antes de falar da escolha que começa em 15 de novembro, é bom lembrar que Edinho Araújo (MDB) apoiou João Doria (PSDB) no segundo turno que elegeu o tucano governador. O intermediário deste apoio foi Rodrigo Garcia (DEM), eleito vice-governador e ungido secretário de Governo.
Garcia se tornou a ponte de Edinho junto ao Palácio dos Bandeirantes, evitando a interlocução com os tucanos. De sobra, o cacique do DEM ainda emplacou alguns apadrinhados na administração municipal.
Quando, no início de abril, Orlando Bolçone abandonou, depois de dez anos, o barco do PSB de Valdomiro Lopes pra se abrigar no DEM, ali começava a jogada mais relevante do tabuleiro eleitoral como está posto hoje.
Por que? Bolçone já entrou vice de Edinho; a parceria iria esvaziar o PSDB e a até então possível candidatura de Valdomiro Lopes; João Doria lavaria as mãos na sucessão rio-pretense, retribuindo o apoio de 2018, e por saber que por incompetência, o PSDB local nunca elegeu um prefeito. Não seria desta vez.
E mais: Bolçone não será candidato a estadual em 2022, abrindo caminho para Fábio Marcondes (PL), pupilo de Garcia, fazer dobradinha com Genino Zuliani (DEM), deputado federal.
Consequências práticas observadas cinco meses depois: Edinho agrega o maior número de aliados ao seu redor; terá mais tempo na propaganda eleitoral e parte tranquilo para o quarto mandato, para o Tetra.
Em longevidade no poder local, só perde para Bolçone, que deve levantar a taça de Hexa, desta vez ungido pelas urnas. Até a próxima.
Wilson Guilherme é jornalista
Leia nesta segunda (29) o Ponto de Vista da jornalista Joseane Teixeira
